K-Pax - O Caminho da Luz

Realidade ou ilusão? Autoajuda barata ou imagem refletiva de um aspecto seu?


Após um clarão, prot (sem letra maiúscula) aparece na estação central de trem de Nova York. Ele ajuda uma mulher que tinha caído após ser assaltada e é confundido como ladrão. Após alegar ser um viajante que tinha acabado de chegar do planeta K-Pax, na Constelação de Lyra, é levado para uma instituição psiquiatra, onde fica sob os cuidados do Dr. Powell, que deseja curá-lo de sua  ilusão.

Uma das interpretações possíveis para K-Pax é aquele típico filme de autoajuda onde um cara cool e/ou iluminado ajuda todo mundo, mudando a forma de pensar de todos, principalmente do workaholic psiquiatra sabe tudo que descobre, veja só!, que "ouvir o outro é a melhor terapia". A inversão da lógica médico-paciente faz, inclusive, com que o Dr. Powell deixe de relegar a família ao segundo plano e mude a não-conversa que tem com o filho mais velho.

Outra alternativa é vê-lo como resposta à pergunta: "e se um ET que pratica aquele ensinamento de amai-vos uns aos outros incondicionalmente realmente aparecesse numa cidade terrestre e fosse confrontado com a forma com que conduzimos nossas vidas e nosso planeta?"

Inicialmente, K-Pax é bem-sucedido em criar a ambiguidade necessária para igualmente acreditarmos que prot é louco (ele come banana com casca! e só anda de óculos escuros) e um alienígena (ele dá respostas precisas sobre a mecânica do Universo a um astrônomo). Mas, depois de um tempo, as pistas já se tornaram fortes evidências até o momento que o roteiro deixa bem explícito de que lado ele está.

Como disse acima, K-Pax pode perfeitamente ser entendido com um filme rasteiro de autoajuda newage ou como um filme (da Nova Era) que te faça pensar sobre os seus relacionamentos e o seu castelo de verdades absolutas. Sua interpretação dependerá da imagem que ele refletirá do seu conjunto de crenças e verdades (a história do copo meio cheio ou meio vazio).

Agora vem a parte em que eu alerto sobre aspectos cruciais (ou nem tanto dessa vez) que podem estragar seu prazer de ver o filme e descobri-los por si só.

Gosto da ideia dada por prot de que o Universo pulsa, expandindo-se e contraindo-se (o que é corroborado pela intuição de várias outras pessoas). Só não acredito que seja da forma com que ele disse. Eu acredito mais numa expansão, calmaria, nova expansão. Também gosto da frase final de prot, gravada de um sessão com o Dr. Powell, que diz basicamente que até que se acerte, o Universo repetirá como um loop os erros das pessoas até que elas se deem conta do erro (alusão claríssima à Roda de Samsara, pena que é apenas uma frase solta).


K-PAX (EUA, 2001)
Direção: Iain Softley
Roteiro: Gene Brewer e Charles Leavitt (baseado no romance K-Pax de Gene Brewer)
Elenco: Kevin Spacey, Jeff Bridges
Traileryoutu.be/ryBxYXeu55k
Sítio Oficialuniversalstudiosentertainment.com/k-pax
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