Por que vivemos?

Como eliminar a parte sombria da mente e encontrar plenitude


Existe um propósito na vida? Qual é o sentido de viver? Essas perguntas têm sido feitas desde os tempos mais remotos. Mesmo assim, a maior parte da humanidade continua confusa, sem saber as respostas. Em Por que Vivemos?, um professor de budismo (Takamori), um psicoterapeuta (Akehashi) e um filósofo (Ito) têm como objetivo mostrar que a felicidade não está nos lugares em que normalmente procuramos.

Com este propósito, o livro é divido em duas partes.

Na primeira, através de autores tanto do ocidente (Durkheim, Einstein e Jung, entre outros) como do oriente (não citarei nenhum pois nunca tinha ouvido falar de nenhum deles), os autores procuram investigar a condição humana. A frágil ou inalcançável felicidade; a preciosidade da vida humana; o propósito da vida é apenas viver?; viver para trabalhar ou trabalhar para viver?; prazeres temporários, um fosso no meio da alegria e a muralha imóvel da morte.

Na segunda, são estudados os ensinamentos de Shinran (1173-1262), fundador do budismo Shin ("a Verdadeira Escola da Terra Pura"). Através de paralelos entre os ensinamentos do mestre e os dias atuais, os autores chegam à resposta à pergunta do título: (vivemos) para afastarmos da mente a sombra sobre o que acontece após a morte.

Para afastarmos esta sombra, vários temas são colocados para a sua reflexão, sem darem respostas fáceis. Os temas são jogados e você tem que se virar. Só você poderá responder porque você permite (ou não) que esta sombra te domine.

"O que acontece quando o futuro é vago? (...)
Quando o futuro da pessoa é sombrio, o presente também se torna sombrio. Isso fica evidente se pensarmos no estado emocional dos passageiros de um avião ao saberem que o aparelho em que se encontram está condenado. Nenhuma refeição será saborosa para eles, nenhum filme, conseguirá distraí-los. O que poderia ser uma viagem agradável se torna um pesadelo. (...) Mas a morte não é o único horror: o voo em direção à tragédia é igualmente uma espécie de inferno.
Se o futuro está envolto em trevas, o presente escurece. A Escuridão do presente se deve à escuridão do futuro. A ansiedade sobre o que existe além da morte é inseparável da ansiedade sobre o aqui e agora. É claro, portanto, que será impossível iluminar o presente sem resolver a escuridão da mente
." (pp. 109/110)


A resenha ficou um tanto vaga e fria porque não consegui me conectar com a leitura, apesar de todas as parábolas serem extremamente pertinentes e de fácil compreensão (como a do avião, acima), quando se tem a mente treinada para o além deste mundo (materialista). A decepção se deu porque eu esperava ensinamentos do budismo raiz, aquele do Sidarta Gautama, mas ele segue os escritos de mestre Shinran, que fundou uma vertente do budismo no Japão.

Enquanto pesquisava, descobri um animê japonês baseado na disseminação dos ensinos do mestre Shinran e que há uma continuação, "Por que vivemos? 2". Fica a dica para quem se interessar.

Lido em Fevereiro de 2016



Por que Vivemos?
Kentetsu Takamori,
Daiji Akehashi,
Kentaro Ito
Editora Satry, 2014 (317 pgs)
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