Atlântida, No Reino das Trevas

O lado negro da força


Andrey, que havia decaído ao final do Volume 1 - No Reino da Luz (resenha, aqui), torna-se um puro "mago negro" com consciência (!) que tenta retardar ao máximo a vitória da raça branca sobre a vermelha. Não porque ele acreditasse na luta desta última, mas porque ele gostava da esbórnia na qual ele mesmo se meteu (e gostava) e sabia que a raça branca não deveria nunca vencer. Uma vez conquistada toda a Atlântida, seu líder não se satisfaria apenas com o extermínio da raça vermelha e partiria, num segundo momento, para a escravização dos habitantes do mundo primevo (nós).

O enredo é mais fraco do que o volume anterior e mais truncado. O capítulo introdutório, de 30 páginas, não tem nenhuma relação com a história, apesar de trazer um segredo inquietante sobre torres invisíveis que estão em vários pontos, principalmente em shopping centers, emitindo baixas vibrações para manter a sociedade lobotomizada no modo automático do consumismo e materialismo.

Se antes havia a descrição da sociedade atlante onde o cooperativismo imperava que te dava vontade de conhecer, agora, é apenas a narrativa do "salve-se quem puder". Impossível não se sentir melancólico após ler sobre a sociedade ideal e constatar que ela se transformou em algo tão desprezível, egoísta e mesquinha quanto a atual.

À medida que a guerra se desenrolava, a Atlântida da 4ª dimensão se densificava até que, nos seus últimos momentos, já se encontrava visível na 3D. O momento da hecatombe final é triste e é descrita com grande riqueza de detalhes.
"Os derrotados continuaram a ser humilhados, e eram utilizados para ser a todos os caprichos dos vencedores. As bebidas e as drogas foram consumidas em larga escala, naquelas últimas semanas, alucinando ainda mais as massas. A energia anticrística gerada intensificou as atitudes torpes entre todos, principalmente entre os mais ignorantes e afeitos a comportamentos animalizados. (...)
"Finalmente, o cometa entrou na atmosfera terrestre, causando um estrondo mais alto do que mil trovões. A multidão gritou desesperada, sem saber para onde fugir. Todos correram sem rumo, uns pisoteando os outros. (...)
"As poucas pessoas dignas oravam, resignadas com o destino trágico da Grande Ilha, enquanto as almas criminosas choravam desesperadas, demonstrando sua covardia, depois de cometerem tantos crimes ímpios contra o planeta e contra seus irmãos de ambas as raças.
"A inexorável lei de ação e reação cobrava seu alto preço contra a sociedade atlante. Tínhamos vasto conhecimento espiritual, legado por nossos ancestrais, entretanto fecháramos os olhos para essa verdade." (pp. 257/262)
No fim, todos mortos, há um batalha final de todos os atlantes (brancos e vermelhos) contra os dragões, que tiveram grande parcela de responsabilidade na guerra. Não revelarei quem ganha, apenas que estranhei o "poderio nada potente" de um dos lados.

Lido em Agosto de 2018



Atlântida, No Reino das Trevas
Volume 2
Roger Bottini Paranhos
Ed. do Conhecimento (2ª Edição, 2017)
312 pgs.
[ 85 ]

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