Baratzil

Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho?


A história das civilizações que habitavam o então "Baratzil" (B'ara = reflexo e Tzil = luz/estrela, ou seja, "Reflexo da Luz ou das Estrelas" em devanagari), numa época anterior à submersão da Atlântida.

De acordo com a descrição fornecida na contra capa, o livro revela as razões para o povo brasileiro estar aberto à espiritualidade. No entanto, isto só é relatado nos dois últimos capítulos (o 39º e o 40º). Nos 38 primeiros, são descritos os movimentos de Thamataê, Kalamy, Coyllur, Ollantay, Schua-Ram, Sanat-Kumara, Aramu-Muru, Uiram, Mbonga, Ytapuassu, Yva, Kajamac, Itacap, Pachakinti, Amaysha, Kellug, Magadar, Ozambebe, Thevetat, Abukalem, Abilhambos, Corona, Morya-El, Uiran-Taê, Ugorindo, Helau-Zadig, Otamede, Markuth, Kilamboico, Vajra, Assuramaya, Malekabel, Ramath, Payê-Suman, Rudravhat, Araduc-Shintá, Balphegor Manco-Capac e Abi-Karam.

Isso mesmo, são 39 personagens espalhados por 11 localidades (Itaoca, Ibez, Ophir, Tawantinsuyo, Ramakapura, Owando, Kilambo, Ruta, Daytia, Agartha e Shamballah). Vai dar certo toda esta salada? Para mim, não deu. Após mais de 50 páginas, continuei confuso sobre a ligação entre o que lia e o que estava descrito na contra capa. Então, comecei a anotar num caderninho todos os personagens e a relação entre eles. Mesmo assim, lá pela 150ª página, desisti. Mesmo consultando minhas anotações, as histórias não fluem. Cada capítulo é dividido em segmentos e cada segmento se concentrava em um grupo, para sua história ser interrompida repentinamente e retornar dois ou três capítulos depois, não necessariamente no mesmo ponto em que parou. Não basta ter uma profusão de personagens e localidades, a narrativa não é linear.

Comecei, então, uma leitura dinâmica e só me concentrei na história de Thamataê, um venusiano que veio à Terra para cuidar da elevação espiritual do planeta. Inicialmente, era um "entrante" (uma espécie de incorporação) num corpo terrestre. Sua queda se deu quando se apaixonou por Coyllur, o que o fez encarnar como os terrestres Helau-Zadig, em Itaoca (no interior do Piauí); o grego Asclépios, que se tornou discípulo de Pitágoras; o sacerdote egípcio Amós, na época de Akenaton; e o frei Gabriel Malagrida, morto na fogueira da inquisição portuguesa.

Isso mesmo, Thamataê é também conhecido como o Caboclo das Sete Encruzilhadas, aquele que, juntamente com Zélio Fernandino de Morais, é o responsável pela "fundação" da Umbanda, derivada diretamente da Aumpram, que foi introduzida na Terra ainda na época da Atlântida para combater os Magos Negros (ponto de vista descrito em Umbanda, esta Desconhecida, do mesmo autor).

No 40º e último capítulo, é descrita a reunião no astral onde foi decidida a introdução da Umbanda, com o comprometimento dos espíritos que habitaram A Terra das Araras Vermelhas, uma colônia Atlante no litoral do Baratzil (onde hoje é o Espírito Santo) destruída pela submersão do antigo continente, para ajudarem na difusão da religião do terceiro milênio como pretos-velhos e caboclos.

Sobre a volta do culto milenar, Aramu-Muru (mestre de Thamataê, que se apresentaria, mais tarde, como Caboclo das Sete Encruzilhadas) explica:

"Onde existe um dos chacra do Planeta Azul, na região central do Brasil, onde outrora se localizava Ibez, no plano etérico, existe a chamada Cidade dos Templos de Cristal Rosa (...) cujas vibrações estendem-se para os quatro pontos cardeais de todo o território brasileiro (...) Aproveitando o carma das raças vermelha e negra, os índios e escravos africanos, esses espíritos libertos foram encaminhados para se exteriorizarem em uma dessas formas.
"Nesta nação-continente, (...) introduziremos esse culto, capaz de atingir grande massa populacional. Inicialmente, remanejamos os egos possuidores de mediunidade, ligados por inúmeros encarnações da prática de magia, e os encaminharemos à encarnação no Brasil, para começarem a executar os planejamentos já determinados. Podemos enunciar inúmeras causas para a implantação desse ritual, torno a repetir, copiando o modelo que existia nos Templos da Atlântida, porém, aproveitando as características existentes nesta terra. Vamos enumerá-las uma a uma (...)
"A primeira seria substituir credos, seitas ou religiões organizadas, que nada mais acrescentam aos sequiosos de conhecimentos, estagnadas nos dogmas intolerantes (...)
"A segunda causa é combater frontalmente a magia negra que voltou a grassar em grande atividade. Essa atividade na magia pode ser consciente ou inconsciente. Em sua ação consciente, temos os magos negros (...) de forma inconsciente, são numerosos e muito perigosos, pois são, na grande maioria, inocentes úteis, manipulados pelos irmãos da sombra (...)
"A terceira, será preparar os médiuns que irão militar nesse ritual para que nasçam, em raças futuras, melhor equipados de dotes espirituais. Com o trabalho na Aumpram (...) que possam aprender a grande lição de humildade: não existem raças, somente almas (...)" (pp. 305/309)

Recomendo a leitura apenas aos curiosos com a história material das lutas entre uma parte dos Atlantes (os habitantes de Ruta), o império anteriormente ao estabelecimento dos Incas (chamado de Tawantinsuyo, onde é, atualmente, o Peru,) e as tribos de Owando e Kilambo, do império Paititi (aqui no Baratzil). A parte espiritual é bem fraca, restrita apenas a algumas passagens ao longo do livro e aos três últimos capítulos.

Este foi o segundo livro escrito por Roger Feraudy que eu li e, descobri depois, faz parte de uma longa coleção de livros que acompanham os mesmos personagens em locais e épocas diferentes, que vieram à Terra após a destruição de seu planeta (Erg, o Décimo Planeta), passaram pela América do Sul (Baratzil e A Terra das Araras Vermelhas) e também se encontraram na fronteira entre os EUA e o Canadá (Haiawatha). Há outros, mas, no momento, só li estes e não sei se estarei disposto a ler os outros.

Lido em Outubro de 2018



Baratzil
A Terra das Estrelas
Nossa herança atlante e extraterrestre
Roger Feraudy
Ed. Conhecimento (2ª Edição, 2008)
336 pgs
[ 88 ]

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