A Cabana de Pai Inácio

Os primórdios da Umbanda


Como continuação de A História de Pai Inácio (leia a resenha aqui), A Cabana de Pai Inácio narra como uma egrégora de espíritos "da banda de lá" auxilia os "do lado de cá", conterrâneos de Zélio de Moraes, a criarem e expandirem uma tenda umbandista no início do Século XX, quando a Umbanda ainda engatinhava no plano material.

Formada, inicialmente, por um preto velho (Pai Inácio), uma preta-velha (Mãe Joana, a principal narradora da história), uma erê (Luz), um caboclo (Abaré Aram) e um exu (Flávio Guerreiro), posteriormente, na medida em que o terreiro expandia seus trabalhos, novas entidades se uniam à egrégora, como Vô Firmino, Vovó Catarina, Rosa Morena, Sete Chaves e Sandra.

No plano terreno, Alcides comandava uma casa espírita até que sua vaidade, potencializada pelas más vibrações de um obsessor, faz com que o médium seja afastado e hospitalizado. Sua esposa, Magali, num ato de desespero, procura ajuda num templo umbandista a partir do convite feito por Cecil, o enfermeiro de seu marido (coincidência? conta outra...).

Posteriormente, Magali encontra-se no astral com Pai Inácio, que lhe dá instruções para fundar, com o auxílio de Cecil e Alcides, e sob a supervisão de sua egrégora, uma casa de caridade voltada ao próximo.

Leitura agradabilíssima, assim como o livro anterior, A Cabana de Pai Inácio mostra que nós, encarnados, não somos os únicos que aprendemos com as entidades umbandistas. Os que estão "na banda de lá" também têm muito o que se aprender conosco. Não é apenas uma relação de mão única, há um diálogo constante entre os dois planos. A partir dessa simbiose, todos somos co-autores da elevação espiritual não só de nós mesmos, mas daqueles que estão ao nosso redor, seja na Terra, seja no Universo.

"Amigos e companheiro de fé. Hoje demos um passo a mais em nossa humilde jornada de trabalho na Terra (...) É um passo importante, esse que demos hoje, pois fecha um ciclo de muitos que ainda virão, de nosso trabalho. Vejam que temos já em nosso abençoado pedaço de chão terremo, o trabalho de Abaré e seus caboclos amigos, o meu com meus queridos pretos e pretas, o de Luz e suas iluminadas crianças e agora, fechando o ciclo, o de Sete e Sandra. Tudo está caminhando como deve ser, meus irmãos! (...) Agradeço a colaboração e a perseverança de todos, bem como a paciência. Isso é muito bom e significa que estamos evoluindo juntos e individualmente. Assim é que deve ser. Estamos no caminho certo, graças a Deus que nos ama e jamais, em tempo algum, nos abandona. Estou feliz, grato, neste momento me sinto pleno de boas energias por saber que estou conseguindo cumprir, com a ajuda de vocês, a missão que o Pai me confiou. (p. 190)

Assim, como Pai Inácio deixa bem claro, apesar do aprendizado ser individual, a evolução é, essencialmente, um trabalho coletivo.

Lido em Abril de 2019


A Cabana de Pai Inácio
Psicografado por Anna Ponzetta
Ditado pelos espíritos "Pai Inácio" e "Mãe Joana"
Editora Conhecimento
1ª Edição - 2012
224 pgs

[ 51 ]

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...