Rosa Negra

Nunca é tarde para o perdão


Pai Barnabé (de Relatos de um Preto Velho) conta a história de dois espíritos cujos caminhos têm se cruzado há várias encarnações. Desde o primeiro encontro, uma tem falhado com a outra (e a outra com a uma) e, neste último encontro na carne, Adélia era a sinhazinha que mandava torturar Ayana, sua escrava, por inveja e desprezo.

Como consequência do trágico desencarne que as duas tiveram (provocado por ambas), uma ficou desorientada (até ser resgatada por Exu Sete Capas, que a levou ao encontro de Nestor, de O Guardião do Cemitério) e a outra desceu ainda mais fundo nas profundezas dos reinos trevosos, onde foi torturada e obrigada a fazer o mal (no início, pois depois ela começou a fazer porque pegou gosto).


Com o resgate, veio a evolução, uma nova queda, um novo resgate, o arrependimento, o perdão, o encaminhamento e a escolha. Ambas escolheram trabalhar em linhas da Umbanda. Uma é bem óbvio, pela capa. A outra.... vai ter que ler para descobrir.
"- Filha! - era Barnabé quem falava. - Não cabe a nenhum de nós julgá-la por seus atos e escolhas, mas podemos aconselhá-la... O desconhecido nem sempre se torna amigo! Alguns sim, como no caso dos aliados de Nestor. Mas devemos ficar atentos! Muitos trazem bondade em sua feição, mas, na verdade, são seres que, quando na carne, faziam o mal e após seu desencarne não aceitaram a evolução espiritual; tomaram a decisão de continuar a fazer o mal em espírito, e quanto a eles, nada podemos fazer. Espero que isso lhe tenha servido como lição para escutar os conselhos de quem a quer bem. (...)
"- Como posso tomar tantas decisões erradas?! Como puder errar novamente? - perguntou a si mesma."- Desequilíbrio! - afirmou Barnabé e prosseguiu: - Essa é a resposta para suas perguntas. Perceba que muitas das coisas que aconteceram em suas vidas ocorreram por causa do desequilíbrio. Agora que já sabe que isso poder ser um dos seus pontos fracos, trabalhe para que consiga vencê-lo. (...) Se continuar a desejar o mal, ele estará ao seu lado, porém, se desejar o bem, é possível que a paz a acolha." (p. 141)
Carlos Casimiro é paulista, umbandista e já conta com 4 livros publicados (2019), recomendo ler este por último, pois Pai Barnabé, de Relatos de um Preto-Velho (resenha, aqui) e Nestor, de O Guardião do Cemitério (resenha, aqui) estão nele. O mais recente, A Guardiã das Sete Catacumbas, ainda não li.

Lido em Junho de 2018




Rosa Negra
A Guardiã das Almas
Carlos Casimiro
Ed. Madras (2018)
176 pgs

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