Umbanda Sagrada

Manual introdutório


Deveria ter lido a apresentação antes de comprá-lo e não apenas agora, para escrever esta resenha. Lá, tudo fica muito claro: "Na sua primeira edição ele [este livro] era um pouco diferente, pois era só uma coletânea de comentários, não revisados e juntados de forma aleatória para sua publicação. Agora, revisado e ampliado, pois adicionamos mais comentários e revisamos os antigos (...)".

Rubens Saraceni (1951-2015) iniciou seus estudos e desenvolvimento umbandista na década de 1980 e sua obra psicográfica teve início na década de 1990. Fundador do Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda (1999), possui mais de 50 livros publicados, entre doutrinários, histórias romanceadas e de magia, e cerca de 30 ainda não publicados (!). A maioria versa sobre a Umbanda, mas muitos não guardam relação direta com a religião. Instruído por seus guias espirituais, fundou uma vertente da Umbanda, que foi denominada (por outros, nunca por ele) de Umbanda Sagrada.

À medida que avançava na leitura, não conseguia ver o contexto geral. Não conseguia ligar o texto anterior ao seguinte. Tudo me parecia jogado, sem tópicos e subtópicos, apenas textos não hierarquizados, ou seja, uma compilação.

Este foi o primeiro livro doutrinário sobre a Umbanda que li e a forma com o qual ele é estruturado não ajuda, apesar da leitura (relativamente) fácil. Como fui perceber mais tarde, não são assuntos inéditos na obra de Rubens Saraceni. Algumas partes estão em alguns livros e outras partes, em outros. A especificidade está apenas no fato dos assuntos abordados serem bem introdutórios. 

Enfim, tive vontade de sair para o mato e abraçar uma árvore enquanto lia sobre Oxóssi e de cair no mar quando chegou o momento de Yemanjá. Porém, eu não recomendo aprender sobre a Umbanda com este livro. No máximo, acredito que ele resolve como manual de bolso quando você quiser pesquisar sobre um tópico específico.

"Houve um tempo em que as religiões eram praticadas de uma forma muito simples.Os povos cultuavam Deus, que se mostrava sob a forma de uma boa colheita, de um bom tempo, de prosperidade para todos. A seu modo, agradeciam com oferendas, cantos, danças, enfim, com festividades.
Para eles, Deus era o sol que germinava as sementes lançadas à terra; era a própria terra que alimentava e dava vida às sementes; era a chuva bendita que vinha do céu para molhar a terra e fazer crescer as plantações. (...)
Com o passar dos séculos, a humanidade evoluiu em todos os sentidos. No que diz respeito à religião, foram criadas doutrinas e leis que regulavam o modo de se cultuar Deus.  (...)
Deixaram de dizer que Deus está conosco no nosso dia-a-dia e que podemos encontrá-Lo em tudo e em todos os lugares, pelas Suas manifestações mais diversas.
Esquecram-se que na Trindade Divida, o Pai é o Criador, o Filho é a Sua Criação, e que o Espírito Santo é a Sua Manifesttação entre nós. (...)
A Umbanda nada mais é que um retorno à simplicidade em cultuar a Deus; em aceitá-Lo como algo do qual nós também fazemos parte; em vermos nas manifestações dos espíritos, a manifestação dos nossos mentores espirituais, ou como nós os chamamos: os nossos 'guias'." (pp. 18/19)

Lido em Setembro de 2017


Umbanda Sagrada
Religião, Ciência, Magia e Mistérios
Rubens Saraceni
Ed. Madras (7ª Edição, 2017)
204 pgs.
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