O Livro de Urântia

O livro da Terra



A primeira edição de O Livro de Urântia data de 1955, quando seus 196 documentos “ditados” por 24 (alegados) Mestres Ascensionados a 70 cidadãos de Chicago (EUA) entre as décadas de 1920 e 1950 foram compilados pelo Dr. William S. Sadler.

Em termos gerais, descreve a Fonte Criadora e a posterior evolução de toda sua Criação, da Ilha Paraíso e os mundos perfeitos de Havona aos 7 Superuniversos do tempo-espaço e até a primeira Pentecoste, após ascensão de Jesus Cristo, com algumas ideias sobre o futuro da humanidade. No 7º Superuniverso (Orvônton) há Nébadon, o “nosso” Universo-local, governado por Cristo Micael (que se auto-ortogou em vários planetas, inclusive em Urântia, onde ficou conhecido por Jesus Cristo) e pela Ministra Divina de Sálvington, com o auxílio de Gabriel, seu primogênito, que lutou e derrotou os anjos rebelados de Lúcifer e Satã (que são entidades diferentes).

Autodenominado de Quinta Revelação Epocal para nosso planeta, O Livro de Urântia vem a se juntar às revelações feitas por Dalamatia (há 500 mil anos), Adão e Eva (há 37.848 anos), Melquisedeque (em 1980 a.C.) e Jesus Cristo (nascido em 21 de Agosto de 7 a.C.). Suas revelações, distribuídas por cerca de 2.100 páginas, são agrupadas em quatro seções, além de uma Introdução, que apresenta alguns dos conceitos presentes no restante do livro.

Na primeira, são descritos o Universo Central e os Superuniversos. No centro, se encontra Havona com seus mundos perfeitos e a Ilha Paraíso (fonte da energia, da matéria, da vida e da personalidade de toda a Criação). É a morada da Santíssima Trindade (Pai Celestial, Filho Eterno e Espírito Santo). Girando em elipses ao seu redor encontram-se os 7 Superuniversos, cada um composto por 100 mil Universos Locais, cada um com milhões de planetas habitados nos mais diversos estágios de evolução.

Na segunda, a descrição recai sobre o nosso Universo Local (Nebadon). São abordados a história da matéria, da energia e das constelações; os seres que administram o Universo Local, bem como o funcionamento de toda a burocracia necessária para sustenta-lo; e o experimento conduzido por Lúcifer e Satã, respectivamente, governante e geneticista-chefe desse setor da galáxia (Satânia) que levou à “Rebelião de Lúcifer” (cujos motivos não ficam bem claros uma vez que a história é sempre contada pelos vitoriosos) e ao mito dos “anjos caídos”.

Na terceira, trata-se da evolução de Urântia, o planeta nº 606 dos 619 planetas habitados de Satânia. Compreende a história do desenvolvimento geológico, do estabelecimento da vida e da evolução das espécies até o surgimento do homem e das primeiras civilizações, governos e instituições (entre elas, o casamento monogâmico e a religião monoteísta). Também é mostrado o salto evolucional representado pela chegada de Adão e Eva (sim, eles existiram fisicamente, assim como o Jardim do Éden e a Árvore do Conhecimento) e a queda de ambos por conta de Eva.

Finalizando, a quarta e última parte é dedicada à vida e aos ensinamentos de Jesus Cristo, desde a sua infância até depois de sua ascensão. São 77 capítulos (mais de 700 páginas) de um relato histórico e pormenorizado (com precisão do dia da semana em que determinada parábola foi proferida).

Longe de conter “toda” a verdade, O Livro de Urântia relata apenas a parte que nos concerne como atuais habitantes de “Urântia”. Não aborda as civilizações anteriores e nem a história pregressa ao surgimento do primeiro Homo sapiens. Não é um livro de fácil assimilação, pois foi compilado exatamente da forma que foi ditado para que a energia dos narradores não fosse modificada.

Eu entrei em contato com ele de forma indireta. Um amigo me mandou o arquivo em pdf (que pode ser baixado no sítio da Fundação Urântia), mas quando vi a quantidade de páginas, releguei-o a um canto escondido do meu computador até que outro amigo viu numa livraria e disse que ia comprá-lo. Fui com ele, folheei-o e acabei levando o meu exemplar. Não o li completamente. A introdução e a primeira parte são ininteligíveis. Como o meu interesse não é saber de toda a burocracia que mantém a Criação em funcionamento (sim, cada Universo é uma enorme burocracia departamentalizada com hierarquias e tarefas pré-definidas exatamente como ocorre numa empresa qualquer). Da segunda em diante, quando a cosmologia dá lugar à narrativa histórica, a compreensão fica mais fácil. Peguei a partir da Rebelião de Lúcifer (Documento 53) e fui até o fim.

Apesar da racionalidade envolvida, não há o devido distanciamento científico por parte dos anjos que ditaram O Livro de Urântia, pois eles tomam partido. Não poupam críticas à Lúcifer, Caligástica (o “Príncipe Planetário” de Urântia que ficou ao lado dos derrotados na Rebelião) e Judas. Aliviam a barra de Adão (que não comeu do fruto proibido) e pegam leve com Eva (ela, segundo eles, realmente “pecou” ao tentar interferir na obra da Criação e forçar a evolução de forma não-natural, assim como Lúcifer).

Se você gosta de exercitar o lado esquerdo do cérebro e acredita que a alma e Deus possam ser dissecados, vá em frente e seja feliz, afinal, Deus (x criadorx ou seja lá como queira denominá-lx) é o Universo Físico. Se são provas lógicas que procura, você não se decepcionará. Você saberá como funciona cada engrenagem nesse “motor” maior que é a Criação (pelo menos a parte que nos concerne).

Particularmente, prefiro seguir outro caminho. Não consigo visualizar de que forma possa ser útil saber o número de encarnações que precisarei ter para me elevar, ou os 7 aspectos disso, ou as 7 qualificações daquilo, ou os 7 tipos de mundos, ou 7 etc. Novamente, serei obrigado a recorrer a algo que intuí a partir da leitura do livro Iniciação. O número cabalístico deste Universo tridimensional é o 7, pois (conclusão minha) a forma-padrão daqui é o cubo, com 6 lados visíveis e 1 oculto (o lado interno). Para esmiuçar os 6 lados visíveis, ainda (em 2018) não encontrei referência melhor que O Livro de Urântia, que me foi útil para o pontapé inicial para o acesso a alguns arquivos dos meus registros akáshicos, mas minha busca, ainda (2018), é pelo lado oculto, o “invisível”, que não é nem citado neste livro, assim como a Atlântida, que foi solenemente esquecida no livro.

Leitura original: 2012




O LIVRO DE URÂNTIA
Revelando os mistérios de Deus,
do Universo, de Jesus e sobre nós mesmos
Mestres Ascencionados
Urantia Foundation - 1ª Edição
2096 pgs.
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