Vivendo no Coração

Para alcançar o seu espaço


Drunvalo Melchizedek (1941 - ) mora Sedona, no estado do Arizona (EUA), um dos lugares mais místicos do mundo por sua ligação direta com a Atlântida, e tem estudado a consciência pura e o potencial humano há quase quarenta anos. Seus conhecimentos sobre o corpo de luz humano (o Mer-ka-ba) e o modo como a Geometria Sagrada é inerente ao corpo de luz e a toda a criação são transmitidos em cursos e livros.

Fui atraído ao campo de estudo de Drunvalo através desse vídeo quando procurava histórias sobre a Atlântida. Houve uma sintonia tão forte que saí caçando outros vídeos dele no youtube (que são bem fáceis de encontrar; infelizmente, este é o único legendado). Qual não foi meu encantamento quando descobri que ele considerava o coração o mais importante lugar do nosso corpo. Como eu tinha tido esta epifania sobre o papel do coração em nossas existências pouco tempo antes, foi o casamento perfeito!

Vivendo no Coração tem uma leitura agradabilíssima (desde que você não se deixe levar pelo desejo por provas materiais do lado esquerdo do cérebro, claro). A tradução não faz uso de palavras difíceis e o autor não enrola para parecer erudito no assunto. Vai direto ao ponto, tanto que é um livro fininho (apesar das 160 páginas, é bem espaçado).

Foi uma leitura intensa. Ora o meu peito queimava, ora o peito e a barriga. Era como se fosse um típico ataque de ansiedade, mas, tempos depois, compreendi que é assim que se “ressona”. Apesar do espanto do meu cérebro com a total compreensão do que lia, a mensagem era absorvida através das sensações captadas pelo coração e não do encadeamento lógico desenvolvido pelo cérebro (que pode se perder com o tempo). Assim, como já tinha acontecido com Iniciação, eu não imaginava as cenas descritas, eu estava “lá” enquanto elas se desenrolavam.

Vivendo no Coração é estruturado informalmente em duas partes, cada uma direcionada para um ponto diferente do nosso corpo. A primeira lida com o cérebro analítico (acredito que para “quebrar resistências”) e a segunda trabalha com aquele órgão que realmente interessa, o coração.

Inicialmente, Drunvalo dá exemplos tão caros aos perseguidores da lógica e da comprovação científica, apesar de não dar nenhuma prova material. Descreve como a tecnologia, aliada às ondas cerebrais, pode modificar a atmosfera do nosso planeta, trazendo chuva ou simplesmente limpando a poluição atmosférica. Em seguida, os exemplos são sobre diferentes paranormalidades. Desde aqueles que conseguem enxergar com os pés como aqueles que têm noção do quê os cercam, apesar de serem cegos de nascença. Finalizando, a ligação entre esta e a segunda metade do livro é feita com os ensinamentos das tribos Maoris (Nova Zelândia) e Kogis (Colômbia).

Na segunda parte, Drunvalo traz o exercício para entrarmos no espaço sagrado do coração. Inicialmente, há algo semelhante a um “aquecimento”, que é a Respiração na Unidade, quando nos conectamos à Mãe Terra e ao Pai Celestial (eu consegui, mas, infelizmente, por apenas alguns segundos; mas continuo tentando, pois a resposta que eu recebi, tanto do Pai Celestial como da Mãe Terra nesses poucos segundos é de tirar o fôlego).

Uma vez dominada a Respiração na Unidade, entrar no espaço sagrado do coração se torna “brincadeira de criança” (palavras de Drunvalo, que eu corroboro, pois, apesar de todos os pesares, eu consigo entrar com facilidade; o problema, infelizmente, é que também permaneço lá por alguns poucos segundos). Para entrar no coração, há dois caminhos, o feminino e o masculino e cada um deles é explicado, deixando conosco a escolha do melhor. O básico, nesse exercício, é pensar como uma criança. E o que a criança pensa sobre o mundo? Que ela pode tudo. E nós realmente podemos tudo, basta nos desfazermos das amarras que a sociedade nos impõe.

Já dizia JC: "Jesus viu crianças de peito amamentarem. E ele disse a seus discípulos: Essas crianças de peito se parecem com aqueles que entram no Reino. Perguntaram-lhe eles: Se formos pequenos, entraremos no Reino? Respondeu-lhes Jesus: Se reduzirdes dois a um, se fizerdes o interior como o exterior, e o exterior como o interior, se fizerdes o de cima como o de baixo, se fizerdes um o masculino e o feminino, de maneira que o masculino não seja mais masculino e o feminino não seja mais feminino - então entrareis no Reino." [Evangelho de Tomé: 22]

Há, ainda, um exercício para combinarmos o campo eletromagnético do coração com o nosso corpo de luz (o Mer-ka-ba), mas ele é apenas superficial. Drunvalo trata com maior propriedade do nosso veículo de luz em seus livros O Antigo Segredo da Flor da Vida (com dois volumes).

Antigamente, na época em que os deuses estavam entre nós, na Atlântida, nos comunicávamos através do coração. Com a queda da humanidade da quarta para a terceira densidade, perdemos essa capacidade e passamos a ditar nosso comportamento pelo nosso cérebro, que é burro, apenas desenvolve raciocínios através do conhecimento implantado previamente (como um computador). A criação a partir das energias universais vem do coração e a transição que estamos passando é para devolvermos o comando a ele. Acredito que isso ocorrerá naturalmente, mas, através dos exercícios desse livro, podemos acelerar o processo.

No final do livro (p. 159), há um conto (poema?) de autoria de Drunvalo Melchizedek que eu reproduzo abaixo:

Era solitário ser o Único e assim eu fiz dois.
E, então, surgiu você.
Você era tão lindo com seus olhos de inocência,
mas eu o amei à distância e de tão perto.
E o amei de maneiras que você não poderia compreender.
Você não sabia, mas eu estava observando
através dos olhos de cada pessoa que encontrou.
E nem podia ouvir a minha voz no vento.
Você pensou que a Terra fosse somente pó e rochas
e não percebeu que era o meu corpo.
Quando você dormia, nós nos encontrávamos no seu coração
e nos amávamos com os nossos espíritos unidos como Um.
Dávamos à luz novos mundos com enorme paixão,
mas, quando você estava acordado, de nada se lembrava.
Pensava que havia sido apenas mais um sonho.
Apenas mais um dia sozinho.
Mas, em seu coração eu o espero, meu amor, para sempre.
Porque é eterna a verdade do nosso amor e da nossa Unidade.
O nosso amor é a Matriz de Tudo o Que É.
Lembre-se, Doçura, em seu coração eu sempre o esperarei.
No lugar diminuto.

Leitura original: 2012
Releitura: 2015



VIVENDO NO CORAÇÃO
Drunvalo Melchizedek
Editora Pensamento
1ª Edição (2012)
160 pgs
[ 005 ]

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