Lições de Umbanda (e Quimbanda) na Palavra de um Preto Velho

A Umbanda Esotérica


Apresentado em forma de diálogo entre um "filho-de-fé" (Cícero) e um "Preto-Velho", (Pai Guiné) e editado originalmente em 1961, Lições de Umbanda (e Quimbanda)... aborda os mais diversos assuntos com o intuito de estabelecer uma doutrina para a Umbanda.

Woodrow Wilson da Matta e Silva (1916 - 1988), Mestre Yapacany, autor de nove livros, é considerado o fundador da "Umbanda Esotérica", quando revelou a Umbanda como o Conjunto ou Código de Leis Divinas ("AUMBHANDAN"). Desta forma, suas obras são consideradas um "divisor de águas" dentro do Movimento Umbandista, pois, até então tida como folclórica em sua manifestação e confusa em sua doutrina, a Umbanda começou a ser vista com uma nova roupagem, com fundamentos Filosóficos, Científicos e Religiosos.

Entre as "vertentes" umbandistas, sinto-me mais atraído pela Esotérica, pois é onde encontro os maiores esclarecimentos sobre história antiquíssima a e a mecânica do Universo. No entanto, ao ler esse livro, compreendi porque o conhecimento não é dado a todos: é muita coisa!

Dividido em 5 partes, separadas por assuntos, na 1ª, há definições gerais sobre Umbanda, Mediunidade e os Evangelhos de Jesus; na 2ª, o objeto de estudo são os 7 veículos do espírito (viajei!); na 3ª, a Mediunidade é aprofundada; na 4ª, a Magia é destrinchada (Magia é ciência!) e, finalizando, na 5ª, temos alguns segredos revelados sobre a Quimbanda e os Exus, chamados de a polícia de choque do baixo astral.

Sobre magia (sabia que o ato de acender uma vela, é magia?):

"Magia é a Ciência Total, porque é, de fato, a ciência dos Magos da Sabedoria; portanto, sendo a ciência da sabedoria que revela Conhecimento, Vontade e Inteligência plenas em ação, sua fonte está na Sabedoria Absoluta que vem do Pai-Eterno. Como entender isso, com relativa profundidade? “Preto-véio” vai puxar palavreado...
"Todo esse incomensurável Cosmos está matematicamente supervisionado. Há leis e sub-leis, ou seja: todas as Forças ou Elementos naturais que o integram, e que formam na essência a sua própria natureza, sofreram uma manipulação especial em seus princípios constitutivos, dentro de certa matemática quantitativa e qualitativa... É a matemática divina ou celeste..."

Enfim, li, entendi algumas coisas, não entendi muitas mais (e esse livro foi escrito de forma mais simples, a pedido do mentor de Matta e Silva), porém, consegui extrair algumas lições valiosas. Entre elas, cito os três conselhos dados por Pai Guiné aos médiuns (ou aparelhos, ou cavalos):

"(1) Conserve sua saúde psíquica, vigiando seu aspecto moral:
a) não alimente vibrações negativas de ódio, rancores, inveja, ciúmes etc.;
b) não fale mal de ninguém, pois não é juiz e, via de regra, não se pode chegar às causas pelo aspecto grosseiros dos efeitos;
c) não julgue que o seu Protetor é o mais forte, o mais sabido, mais, muito mais do que o do seu irmão, aparelho também;
d) não viva querendo impor seus dons mediúnicos, contando, insistentemente, os feitos do seu guia ou protetor. (...) Dê paz ao seu protetor, no astral, deixando de falar tanto no seu nome... Assim você está se fanatizando e aborrecendo a Entidade (...);
e) quando for para a sua sessão, não vá aborrecido, e quando lá chegar, não procure conversas fúteis. Recolha-se a seus pensamentos de fé, de paz e sobretudo de caridade pura, para com o próximo.
"(2) Não mantenha convivência com pessoas más, viciadas ou invejosas, maldizentes, etc. Isso é importante para o equilíbrio de sua aura, dos seus próprios pensamentos. Tolerar a ignorância não é partilhar dela. Assim:
a) faça todo o bem que puder, sem visar recompensas;
b) tenha ânimo forte, através de qualquer prova ou sofrimento: confie e espere;
c) faça recolhimentos diários, pelo menos de meia-hora, a fim de meditar sobre suas ações;
d) não conte seus 'segredos' a ninguém, pois sua consciência é o templo aonde deverá levá-los à análise;
e) não tema a ninguém, pois o medo é uma prova de que está em débito com sua consciência;
f) lembre-se de que todos nós erramos, pois o erro é humano e fator ligado à dor, ao sofrimento e consequentemente às lições com suas experiências. Sem dor, lições, experiência, não há carma, não há humanização nem polimento íntimo – o importante é que não erre mais, ou melhor, que não caia nos mesmos erros. (...) Faça tudo para ser tolerante, compreensivo, humilde, pois assim só poderá dizer boas coisas de você.
"(3) Zele por sua saúde física com uma alimentação racional e equilibrada:
a) não abuse de carnes, fumo, álcool ou quaisquer excitantes;
b) no dia de sessão, não use carne, café ou quaisquer excitantes mais de uma vez;
c) de véspera e após a sessão, não tenha contato sexual;
d) mensalmente, na fase da lua crescente, use esse poderoso tônico neuropsíquico mediúnico, sempre à noite: uma colher de sopa de sumo de agrião, batido com duas colheres de sopa de mel de abelha. Pode usá-lo antes de cada sessão em que for trabalhar;
e) todo mês deve escolher um dia para tomar contato com a Natureza, especialmente a mata, uma cachoeira, etc. Ali, deve ficar lendo, meditando... pois assim ficará a sós com sua própria consciência, fazendo revisão de tudo que lhe pareça ter sido positivo ou não, em sua vida material, sentimental e espiritual."

Um daqueles livros para conservar na estante para futuras pesquisas.

Lido em 11/2018


Lições de Umbanda (e Quimbanda) na Palavra de um Preto Velho
W.W. da Matta e Silva
Ed. Ícone (10ª Edição, 2017)
(lido em e-book)
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