A Aldeia de Sirius C

Sementes estelares, mônadas, arquétipos, "alma gêmea"...


Após ter o seu planeta destruído pelos repitilianos, um grupo de almas adâmicas do Sistema de Sírius é levado a um planeta pertencente ao Povo Gato (raça felianos), onde se desenrola uma história de amor entre Tegini, a Filha do Sol, e seus três pretendentes durante um novo ataque repitiliano.

Quando li a premissa, fiquei entusiasmado. Pensava que tinha algo das guerras estelares, como em O Prisma de Lira (resenha, aqui), mas não tem. Achei que parte da história se passaria na Terra, em função dos autores espirituais, mas isso também não aconteceu. Cheguei ao final da leitura aos trancos e barrancos e muito decepcionado.

Até que eu comecei a juntar minhas anotações para escrever esta resenha.

Foi aí que "descobri" que o que eu acho que é o xamanismo praticado pelos povos nativos da América tem tudo a ver com o "Xamanismo Universal" retratado no livro. As semelhanças, gritantes, estão no trato com a natureza em geral e os animais em particular. Mais uma prova de que os povos originários da América pré-colonização europeia vieram diretamente do sistema de Sírius.

A personagem principal, Tegini, é, ao mesmo tempo, uma pessoa (segundo os autores ela realmente existiu), mas ela é também um arquétipo. Isso significa que ela existe além da pessoa no plano físico (não me pergunte, essa parte eu não entendi, pois não sou especialista em arquétipos). Tegini é um arquétipo de Verdade, Justiça e Amor Sublimado e, através de sua interação com seus pretendentes (e o escolhido), somos apresentados a vários conceitos de forma subliminarmente.

É como no filme Matrix, onde toda a interação na Matrix é feita através de zeros e uns (a linguagem binária da computação) mas, na tela, tudo o que você vê são pessoas. Aqui, são conceitos, que são apresentados através das atitudes e motivações de pessoas.

Não tenho a pretensão de listar todos estes conceitos. Vou me restringir a três deles.

O primeiro é um tipo de medicina baseada com o contato com os animais. Há uma lista extensa, mas citarei a que mais me chamou atenção, que foi o arquétipo do cachorro:
"Cachorro - valorizar a vida, o que temos e as pessoas com quem dividimos tudo isso, o cachorro é a maior medicina para quem precisa aprender a se soltar mais e a demonstrar/externar amor" (p. 167)
Sou uma pessoa muito antissocial. Fico na minha, o que é facilmente confundido com empáfia e arrogância. Porém, depois que adotei uma cachorrinha (há dois anos, agora), percebi que me tornei muito sociável. Eu até paro na rua para conversar com as pessoas desconhecidas durante nossos passeios!!

O segundo, diz respeito à Umbanda:
"Tegini e Arhenya [o escolhido para ser seu marido] (...) suas almas se comprometeram com o aspecto Feminino da Criação a serem co-criadores de realidades que reparem o Sistema Sustentador de Vidas. Cabe a eles auxiliarem, repararem, modificarem, impedirem e induzirem alterações que sejam determinantes para a manifestação dos 7 atributos divinos no universo: a , conexão com a própria essência divina, o Amor como bússola das emoções, o Conhecimento do propósito da Criação, a Lei que garante a Justiça, a Ordem que é a organização do caos, a Manifestação em multiníveis Vibracionais das essências espirituais e a Transmutação através das interações vivenciais, na sublimação das experiências intrapessoais e interpessoais. [grifo meu para ressaltar a "faixa de atuação" respectiva dos orixás Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Yemanjá e Omulu/Nanã Buruquê] (p. 274)
O terceiro, corresponde às "almas-gêmeas", que na verdade são "almas correspondentes", uma complementar (e não idêntica) à outra. Ying e Yang.
"Se uma alma tivesse que passar por todas as experiências necessárias à sua compreensão, nem a eternidade seria suficiente, então através da partilha seu progresso é acelerado – a essência ou 'extrato quântico' da experiência de um é acessada por todos os membros daquela coletividade. No caso das contrapartes divinas esse compartilhamento só se dá a partir da condensação energética da experiência de ambos, que integrada é repassada ao grupo. Por conta disso as contrapartes reencarnam várias vezes juntas, ainda que por curtos períodos, e na maioria absoluta das vezes como um casal, pois é através da transmutação alquímica proporcionada pelo relacionamento íntimo sexual que suas experiências individuais são compartilhadas e integradas.
"Eles não são “almas-gêmeas” porque não são iguais, mas sim polos complementares." (pp. 274/275)
Perto do fim, tem uma passagem que eu considero a mais importante do livro. Inicialmente, a formação do "Conselho dos 12", que representa os 12 povos remanescentes das primitivas linhagens estelares. São eles:
"(1) Cadmon, (2) Reptóide [Serpentário], (3) Liriana [humana sócio-interativa], (4) Vega (humana-médico-terapêutica), (5) Siriana [humana filosófico-científico], (6) Órion - humana hibridizada com réptil e Povo Pássaro [caça, guerra e conquista da honra], (7) Arcturiana [científica-espiritual], (8) Antariana [portais e passagens do espaço-tempo], (9) Marduk ou Maldek [escorpião Mordred, o fim incluso, previsto desde o início, as profecias de fim pré-determinado de uma experiência que ainda nem começou e que terá início], (10) Feliana: Povo Felino [clã, instinto, caça aos objetivos e afirmação da identidade – por isso bons julgadores, pois quem sabe quem é, é pouco corruptível – Povo-Luz, ômegas [ações de programação da realidade holográfica e mentais, comunicação unicamente telepática; (11) Povo Anfíbio [sonhos, cura, promove paz, extermina negatividade na aura dos circundantes – ação neutralizadora], (12) Povo Símio acadiano [1º e 3º desenvolvimento de inteligência a partir dos símios] guerreiros construtores inteligência lógico racional habilidades físicas na 3-D." (p. 240; numerei para facilitar a compreensão, pois alguns povos estão subdivididos)
Depois, o destino do povo da Aldeia de Sírius C estabelecido durante a conferência do Conselho:

"Filhos de Luz, eis que mais uma era termina enquanto outra se prepara para se iniciar. Já expulsos de um lar uma vez, nova peregrinação faz-se necessária encetarmos a fim de continuarmos a nossa jornada grupo-evolutiva. (...) Parte dos felinos foram realocados em outros planetas de sistema distante, assim como ocorrerá com os próprios seres que tanta destruição promoveram nestes locais da galáxia: assim como todos, eles também hão de se ver sem lar (...) Enquanto isso, viemos descortinar a vocês as correntes opções que logo vós, como líderes encarnados deste povo, terão de inferir/decidir. Parte dos humanos que tiveram seus lares destruídos nas primeiras batalhas contra o Povo Réptil em Sirius A aceitou o convite do mestre Sananda e migrou para o planeta-criança que está servindo aos propósitos crísticos de integração múltipla da consciência das massas. Lá, prevê-se que povos oriundos de diferentes linhagens hão de conviver harmoniosamente. Este é o plano do Cristo.
"Um planeta-lar onde todas as diferenças somadas sirvam para a criação de uma única raça unida, coesa e imperativa no domínio do amor, da aceitação e da caridade para com todos que deverão ser vistos como seus ‘semelhantes’. (...) todos os povos são bem-vindos para contribuir com suas caraterísticas psico-energéticas e culturais na formação da nova humanidade que ali se semeia." (pp. 241/242)

Um doce para quem adivinhar qual é esse "planeta-criança" para o qual os remanescentes d'A Aldeia de Sírius C foi. 




A Aldeia de Sírius C
Jennifer Dhursaille
inspirada por: Chefes Águia Dourada e Black Mountain, do Clã do Arco Dourado
Edição Independente (2017)
282 pgs. (lido em e-book)
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