Os Exilados de Capela

Evolução histórico-espiritual da Terra


Publicado pela primeira vez em 1949, Os Exilados de Capela faz parte da trilogia História Espiritual da Humanidade, que tem a pretensão de jogar luz sobre a evolução espiritual da Terra a partir de um aspecto da história humana que não é encontrada nos livros didáticos. Os demais títulos focam na submersão da Atlântida (Na Cortina do Tempo) e o constante (re)encontro de almas ao longo dos tempos, com ênfase na época dos faraós egípcios (Almas Afins).

Edgard Armond (1894­-1982) foi secretário-geral da Federação Espírita do Estado de São Paulo e esclarece, logo no início, que Os Exilados de Capela não é uma obra erudita ou científica apoiada em documentos e testemunhos, mas um ensaio realizado com o auxílio da inspiração (um tipo de mediunidade) e dos livros A Gênese (Moisés), A Gênese (Allan Kardec) e A Caminho da Luz (Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, resenhado aqui).

Estruturalmente, o estudo é composto por três ciclos.

O primeiro consume praticamente o livro todo, com 18 dos 22 capítulos dedicados a ele. Tudo bem, são quase 500.000.000 de anos de história. Inicia-se com pequena resumo das três raças-mãe anteriores à introdução dos exilados capelinos na Terra, que encarnaram na quarta raça e  povoaram o continente atlante ao mesmo tempo que a Lemúria (habitado pela 3ª raça-mãe) terminava o seu ciclo e, da mesma forma como ocorreu com a Atlântida, afundou, milhares de séculos antes.

A história dos antigos habitantes de Capela é semelhante à nossa. Havia duas raças e uma não suportava a outra. A animosidade cresceu a tal ponto que um conflito nuclear quase dizimou todos. Pois é, não houve uma Guerra Fria entre eles. Como não existe fatalidade no Universo, a guerra entre os capelinos marcou o ponto de transição planetária para eles e, os espíritos que não se adequavam moralmente ao novo mundo foi compulsoriamente expulso. Para onde eles foram? Para cá, na Atlântida.
"Resolvida, pois, a transferência, os milhares de espíritos atingidos pela  irrecorrível decisão foram notificados do seu novo destino e da necessidade de sua reencarnação em planeta inferior.
"Reunidos no plano etéreo daquele orbe, foram postos na presença do Divino Mestre para receberem o estímulo da Esperança e a palavra da Promessa, que lhes serviriam de consolação e de amparo nas trevas dos sofrimentos físicos e morais, que lhes estavam reservados por séculos.
"Grandioso e comovedor foi, então, o espetáculo daquelas turbas de condenados, que colhiam os frutos dolorosos de seus desvarios, segundo a lei imutável da eterna justiça. (...)
"E assim a decisão irrevogável se cumpriu e os exilados, fechados seus olhos para os esplendores da vida feliz no seu mundo, foram arrojados na queda tormentosa, para de novo somente abrí-los nas sombras escuras, de sofrimento e de morte, do novo habitat planetário". (Capítulo 8)

O equilíbrio foi mantido por um bom tempo, até que, novamente, houve guerra entre dois grupos e o livro não toca neste ponto. Sugiro, caso se interesse por este aspecto da história atlante, os livros Atlântida, no Reinos da Luz (resenha, aqui), sobre quando a Atlântida era a utopia que todos achávamos ser e Atlântida, no Reino das Trevas (resenha, aqui), quando a guerra já rolava solta.

O autor prossegue com a subdivisão das raças e seu espalhamento pelo globo e pontua como nós, que somos a quinta raça-mãe a habitar a Terra, somos "filhos genéticos" dos hominídeos sobreviventes da Lemúria (3ª raça) que se misturaram com os sobreviventes da Atlântida (4ª), quando o grosso dos capelinos, que viveram boa parte do seu tempo no astral terrestre, começou a encarnar em quatro raças:  os árias, os hindus, os egípcios e os hebreus. Apesar de não citar, há inúmeras semelhanças com A História da Atlântida e da Lemúria Perdida (resenhado, aqui).

O segundo ciclo, com apenas 3 capítulos, é mais focado nos antecedentes da vinda do Cristo, com exposição de várias profecias que anunciavam a vinda do Messias até que o Verbo se fez carne:
"Então, José, carpinteiro modesto e quase desconhecido, da pequena vila de Nazaré, na Galiléia dos Gentios e natural de Belém, tomou de sua esposa Míriam — que estava grávida — e empreendeu a jornada inesquecível. Por serem pobres e humildes, aceitaram o auxílio de amigos solícitos e abrigaram-se em um estábulo de granja. Ali, então, o grande fato da história espiritual do mundo sucedeu.
"Aquele que devia redimir a humanidade de seus males foi ali exposto, envolto apressadamente em panos pobres e seus primeiros vagidos foram emitidos em pleno desconforto, salvo o que lhe vinha da desvelada assistência dos seus genitores; o mesmo desconforto, aliás, que O acompanharia em todos os dias de sua vida, que O levou a dizer mais tarde, já em pleno exercício de sua missão salvadora: 'o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça' ". (Capítulo 21)
O terceiro e último ciclo, de apenas 1 capítulo, traz algumas diretrizes para os tempos futuros, quando os tempos serão chegados na virada do milênio (lembre-se, o livro foi publicado em 1949!)
"Que ninguém, pois, permaneça indiferente a estes misericordiosos avisos, para que possa, enquanto ainda é tempo, engrossar as fileiras daqueles que, no próximo julgamento, serão dignos da graça e da felicidade da redenção.
"O Sol entrará, agora, no signo de Aquário.
"Este é um signo de luz e de espiritualidade e governará um mundo novo onde, como já dissemos, mais altos atributos morais caracterizarão o homem planetário; onde não haverá mais lugar para as imperfeições que ainda hoje nos dominam; onde somente viverão aqueles que forem dignos do título de Discípulos do Cristo em Espírito e Verdade.
"O novo ciclo — que se chamará o Reino do Evangelho — será iniciado pelos homens da Sexta Raça e terminado pelos da Sétima, e em seu transcurso a Terra se transformará de mundo de expiação em mundo regenerado". (Capítulo 22)
Os Exilados de Capela dialoga com o lado esquerdo do cérebro. A inspiração recebida pelo autor é comprovada através de muitas citações bíblicas em uma linguagem não trivial (dá para deduzir pelas citações que eu fiz), mas, recomendo muito este livro caso sua busca seja por detalhes da nossa história que não é contada nos livros tradicionais.
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Os Exilados de Capela
Esboço sintético da
evolução espiritual do mundo
Edgard Armond
Editora Aliança (1999)
176p.
[ 136 ]

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